quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Mudanças na América. Só nos resta saber quais serão.

Há 50 anos os EUA segregavam legalmente os negros, e hoje eles elegeram, com grande diferença de votos, um presidente afro-descendente. A vitória de Obama mostrou a insatisfação do país com a política atual e o quanto eles clamam por mudança. Ao contrário do que muitos imaginavam (por exemplo, João Pereira Coutinho em post logo abaixo) os EUA derrubaram a teoria de que nas urnas o real espírito americano é racista. Uma vitória que ficará para história, não só por ser um candidato negro, mas pela conquista do partido democrata em estados de tradição republicana.
O que me pergunto agora é como será esse novo governo. Durante a campanha os veículos do mundo inteiro (exceto de Israel) foram claros em sua campanha a favor de Obama. Meses atrás, não me lembro ao certo quantos, a revista Piauí divulgou uma matéria com o perfil do democrata que descrevia um herói. Um homem, que superou uma origem difícil, foi o primeiro negro a presidir a publicação jurídica em Harvard e que agora buscava o cargo de maior importância na política mundial. Grande parte da mídia (televisiva e impressa) brasileira idealizou o candidato Barack Obama. O espaço destinado ao candidato democrata era vezes maior se comparado as matérias relacionadas a John McCain. Confesso que também fui contaminada por este espírito. Depois de tanto ouvir falar no brilhantismo de Obama passei a acreditar na imagem diplomática do candidato.
Para o Brasil resta saber até que ponto o caráter democrático e negociador de Obama trará bons resultados ao país. O presidente Lula foi claro ao mostrar sua preferência democrata, “Da mesma forma como o Brasil elegeu um metalúrgico e a Bolívia elegeu um índio, seria um avanço cultural a vitória de um negro na maior economia do mundo". Eu só espero que Obama não siga a mesma trajetória dos candidatos citados pelo nosso presidente.
Opiniões se dividem a respeito de qual candidato seria melhor para o Brasil. Na prática, McCain traria resultados mais rápidos já que é um defensor do livre comércio, ao contrário de Obama que é contra medidas que prejudicariam, por exemplo, a entrada do nosso etanol nos EUA.
A grande esperança mundial inclusive brasileira, é que Obama, como um político democrático e mais aberto ao diálogo, possa reatar laços diplomáticos com o mundo. Transformar a figura autoritária dos EUA e do governo Bush em um país mais aberto. Paris fez campanha “Goodbye George”. O que a comunidade européia espera agora é que o país seja um aliado mais próximo na luta contra novos desafios, que não são poucos, começando pela situação atual dos EUA.

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