segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Oscar

A Academia de Artes e Ciencias Cinematográficas de Hollywood anunciou nesta quinta-feira os indicados ao prêmio mais importante do cinema mundial, o Oscar. Na lista há poucas surpresas. Como vem acontecendo nos últimos anos, a academia indicou alguns atores e atrizes que nem sequer tinham concorrido ao Globo de Ouro, considerado a prévia do Oscar. Contudo, na maioria dos casos as indicações coincidiram com as dos Globo de Ouro.
Nas categorias de Melhor Filme e Diretor, nenhuma surpresa, os indicados já eram esperados, quase todos já haviam sido indicados ao Globo de Ouro na categoria Melhor Filme - Drama ( confirmando a tendência da Academia de não dar muita bola para as comédias ). Seguindo esta linha de raciocínio pode-se dizer que o filme Slumdog Millionaire de Danny Boyle é o favorito para levar o prêmio, já que faturou o Globo de Ouro. No entanto, "O curioso caso de Benjamin Button" de David Fincher conseguiu 13 indicações ao Oscar e continua firme na briga. A academia sempre pode surpreender, mas é muito provavel que no dia 22 de Fevereiro um desses dois filmes leve o prêmio para casa. Os outros concorrentes da Categoria são "Milk - A voz da liberdade", "Frost/Nixon" e "The Reader". Já o paréo para ver que leva o prêmio de Melhor Diretor está um pouco mais acirrado, apesar do veterano diretor inglês Danny Boyle ser o favorito, ele terá concorrentes de peso como os competentes David Fincher, Gus Van Sant e Stephen Daldry, além do já oscarizado Ron Howard.
Na categoria Melhor Ator apenas uma surpresa o ator Richard Jenkins indicado por sua performance no drama The Visitor . Nesta categoria Sean Penn era o favorito disparado até semanas atrás quando o ressuscitado Mickey Rourke, que renasceu das cinzas após anos de ostracismo e dezenas de filmes ruins, ganhou o Globo de Ouro por sua atuação em "The Westler" e agora ameaça tomar o Oscar das mãos de Penn, que concorre por seu desempenho como o ativista homossexual Harvey Milk no filme "Milk - A voz da liberdade. Além dos três foram indicados o ator Frank Langella por sua atuação impecável como o ex-presidente Richard Nixon no filme Frost/Nixon e o "galã" Brad Pitt por sua atuação no papel-título de "O curioso caso de Benjamin Button" .
A categoria de Melhor Atriz terá uma boa briga entre a jovem e talentosa atriz britânica Kate Winslet que concorre por seu papel em The Reader, e é favorita para levar o prêmio e a veterana atriz americana Meryl Streep que mais uma vez foi indicada ao prêmio, desta vez por sua atuação em Doubt. Já é a sua 15 indicação, um recorde absoluto. Além delas, outra que tem chances ( pequenas ) de levar a estatueta é Angelina Jolie por sua elogiada atuação em "A troca" de Clint Eastwood. A novata Anne Hathaway veio comendo pelas beiradas e acabou conseguindo uma indicação por seu desempenho em "O casamento de Rachel". Desta vez a surpresa ficou por conta de Melissa Leo que saiu do nada e foi indicada pelo filme Frozen River.
A categoria Ator Coadjuvante já parece ter um vencedor, o falecido Heath Ledger, que foi indicado por sua magistral atuação em "Batman – O cavaleiro das trevas". Só mesmo uma zebra enorme e muito listrada faria o ator perder esse prêmio, já que ele já ganhou todos os outros a que concorreu.
Ainda nesta categoria foram indicados os talentosos Robert Downey Jr ( retomando sua carreira após anos de problemas com drogas ) e Philip Seymour Hoffman. Além de Josh Brolin ( que nos últimos anos vem fazendo bons filmes ) e a surpresa Michael Shannon.
Na categoria Atriz Coadjuvante destaque para a especialista na categoria Marisa Tomei que recebeu sua terceira indicação ao prêmio de Atriz Coadjuvante por seu papel em "O Lutador". Foram indicadas ainda Penélope Cruz por seu papel em Vicky Cristina Barcelona de Woody Allen, Amy Adams, Viola Davis e outra surpresa a atriz americana Taraji P. Henson.
Na categoria Animação não houve nenhuma surpresa os indicados são os mesmos que concorreram ao Globo de Ouro. Além do favorito WALL·E , foram indicados Kung Fu Panda e Bolt . O Brasil mais uma vez ficou de fora da festa o filme Última Parada 174 candidato do país na categoria Filme Estrangeiro não chegou nem as fases finais da seleção. O favorito a levar o Prêmio nesta categoria e a animação israelense "Vals Im Bashir", de Ari Folman. A maior decepção ficou por conta da categoria Canção Original, a Academia quebrou sua tradição de indicar canções de filmes de animação e acabou indicando duas canção do filme Slumdog Millionaire e apenas uma da animação WALL·E , nem mesmo a canção " The Wrestler". de Bruce Springsteen, vencedora do Globo de Ouro foi indicada.

Agora é torcer e esperar as surpresas que a academia preparou para a noite de 22 de Fevereiro.

Confira abaixo lista completa dos indicados.

Melhor filme:
- “Slumdog Millionaire”
- “Frost/Nixon”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Milk - A voz da liberdade”
- “The reader”

Melhor diretor:
- Danny Boyle - “Slumdog Millionaire”
- Ron Howard - “Frost/Nixon”
- David Fincher - “O curioso caso de Benjamin Button”
- Gus Van Sant - “Milk - A voz da liberdade”
- Stephen Daldry - "The reader"

Melhor ator:
- Mickey Rourke - “The Wrestler”
- Sean Penn “Milk - A voz da liberdade”
- Frank Langella – “Frost/Nixon”
- Brad Pitt - "O curioso caso de Benjamin Button"
- Richard Jenkins - "The Visitor"

Melhor atriz:
- Meryl Streep – “Doubt”
- Kate Winslet – “The reader”
- Anne Hathaway – “O casamento de Rachel”
- Angelina Jolie – “A troca”
- Melissa Leo - "Frozen river"

Melhor ator coadjuvante:
- Heath Ledger - “Batman – O cavaleiro das trevas”
- Josh Brolin - "Milk - A voz da liberdade"
- Robert Downey Jr. - "Trovão tropical"
- Philip Seymour Hoffman - "Doubt"
- Michael Shannon - "Revolutionary road"

Melhor atriz coadjuvante:
- Amy Adams - "Doubt"
- Penélope Cruz - "Vicky Cristina Barcelona"
- Viola Davis - "Doubt"
- Taraji P. Henson - "O curioso caso de Benjamin Button"
- Marisa Tomei - "The Wrestler"

Melhor longa de animação:
- “Wall.E”
- “Kung Fu Panda”
- “Bolt – Supercão”

Melhor filme em língua estrangeira:
- "Revanche", de Gotz Spielmann (Áustria)
- "The class", de Laurent Cantet (França)
- "The Baader Meinhof Complex", de Uli Edel (Alemanha)
- "Waltz with Bashir", de Ari Folman (Israel)
- "Departures", de Yojiro Takita (Japão)

Melhor roteiro original:
- “Frozen river”
- “Na mira do chefe”
- “Wall.E”
- “Milk – A voz da liberdade”
- “Happy-go-lucky”

Melhor roteiro adaptado:
- “O caso curioso de Benjamin Button”
- “Doubt”
- “Frost/Nixon”
- “The reader”
- “Slumdog Millionaire”

Melhor direção de arte:
- “A troca”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “A duquesa”
- “Revolutionary road”

Melhor fotografia:
- “A troca”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “The reader”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Slumdog Millionaire”

Melhor mixagem de som:
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Slumdog Millionaire”
- “Wall.E”
- “Procurado”

Melhor edição de som:
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Homem de Ferro”
- “Wall.E”
- “Procurado”
- “Slumdog Millionaire”

Melhor trilha sonora original:
- Alexandre Desplat - “O curioso caso de Benjamin Button”
- James Newton Howard – “Defiance”
- Danny Elfman – “Milk – A voz da liberdade”
- Thomas Newman – “Wall.E”
- A.R. Rahman – “Slumdog Millionaire”

Melhor canção original:
- “Down to Earth”, de Peter Gabriel and Thomas Newman - “Wall.E”
-“Jai Ho” de A.R. Rahman – “Slumdog Millionaire”
- “O Saya”, de A.R. Rahman e Maya Arulpragasam – “Slumdog Millionaire”

Melhor figurino:
- “Austrália”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “A duquesa”
- “Milk – A voz da liberdade”
- “Revolutionary road”

Melhor documentário de longa-metragem:
- “The betrayal” -
-“Encounters at the end of the world”
- “The garden” -
-“Man on wire” -
-“Trouble the water”

Melhor documentário de curta-metragem:-
-“The conscience of Nhem En”
-“The final inch”
-“Smile Pinki”
-“The witness -
-From the balcony of room 306”

Melhor edição:
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Frost/Nixon”
- “Milk – A voz da liberdade”
- “Slumdog Millionaire”

Melhores efeitos especiais:
- “Batman - O cavaleiro das trevas”
- “Homem de Ferro”
- “O curioso caso de Benjamin Button”

Melhor maquiagem:
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- Hellboy II – O exército dourado”

Melhor animação de curta-metragem:
- “La maison en petits cubes”
- “Lavatory - Lovestory”
- “Oktapodi”
- “Presto”
- “This Way Up”

Melhor curta-metragem:
- “Auf der strecke (On the Line)”
- “Manon on the asphalt”
- “New Boy”
- “The Pig”
- “Spielzeugland" (Toyland)”

domingo, 18 de janeiro de 2009

Primeiro de 2009

Olá leitor! Depois de muito tempo aqui estamos nós. A mesma preguiça para escrever não foi abandonada junto ao ano que passou, infelizmente. Fazer o quê, né?
Então. Não sei o que mudou nas regras ortográficas do nosso (nosso?) português. Qualquer erro que eu venha cometer, peço paciência e a devida cooperação.
Esse texto que eu coloquei logo abaixo é de um conhecido nosso: João Pereira Coutinho.
Nada como uma história para começar o ano.
Mudar as palavras
Israel está novamente em guerra com os terroristas do Hamas, e não existe comediante na face da Terra que não tenha opinião a respeito. Engraçado. Faz lembrar a última vez que estive em Israel e ouvi, quase sem acreditar, um colega meu, acadêmico, que em pleno Ministério da Defesa, em Jerusalém, começou a "ensinar" os analistas do sítio sobre a melhor forma de acabarem com o conflito. Israel luta há 60 anos por reconhecimento e paz.Mas ele, professor em Coimbra, acreditava que tinha a chave do problema. Recordo a cara dos israelenses quando ele começou o seu delírio. Uma mistura de incredulidade e compaixão.
Não vou gastar o meu latim a tentar convencer os leitores desta Folha sobre quem tem, ou não tem, razão na guerra em curso. Prefiro contar uma história.
Imaginem os leitores que, em 1967, o Brasil era atacado por três potências da América Latina. As potências desejavam destruir o país e aniquilar cada um dos brasileiros. O Brasil venceria essa guerra e, por motivos de segurança, ocupava, digamos, o Uruguai, um dos agressores derrotados.
Os anos passavam. A situação no ocupado Uruguai era intolerável: a presença brasileira no país recebia a condenação da esmagadora maioria do mundo e, além disso, a ocupação brasileira fizera despertar um grupo terrorista uruguaio que atacava indiscriminadamente civis brasileiros no Rio de Janeiro ou em São Paulo.
Perante esse cenário, o Brasil chegaria à conclusão de que só existiria verdadeira paz quando os uruguaios tivessem o seu Estado, o que implicava a retirada das tropas e dos colonos brasileiros da região. Dito e feito: em 2005, o Brasil se retira do Uruguai convencido de que essa concessão é o primeiro passo para a existência de dois Estados soberanos: o Brasil e o Uruguai.
Acontece que os uruguaios não pensam da mesma forma e, chamados às urnas, eles resolvem eleger um grupo terrorista ainda mais radical do que o anterior. Um grupo terrorista que não tem como objetivo a existência de dois Estados, mas a existência de um único Estado pela eliminação total do Brasil e do seu povo.
É assim que, nos três anos seguintes à retirada, os terroristas uruguaios lançam mais de 6.000 foguetes contra o Sul do Brasil, atingindo as povoações fronteiriças e matando indiscriminadamente civis brasileiros. A morte dos brasileiros não provoca nenhuma comoção internacional.
Subitamente, surge um período de trégua, mediado por um país da América Latina interessado em promover a paz e regressar ao paradigma dos "dois Estados". O Brasil respeita a trégua de seis meses; mas o grupo terrorista uruguaio decide quebrá-la, lançando 300 mísseis, matando civis brasileiros e aterrorizando as populações do Sul.Pergunta: o que faz o presidente do Brasil?
Esqueçam o presidente real, que pelos vistos jamais defenderia o seu povo da agressão.
Na minha história imaginária, o presidente brasileiro entenderia que era seu dever proteger os brasileiros e começaria a bombardear as posições dos terroristas uruguaios. Os bombardeios, ao contrário dos foguetes lançados pelos terroristas, não se fazem contra alvos civis -mas contra alvos terroristas. Infelizmente, os terroristas têm por hábito usar as populações civis do Uruguai como escudos humanos, o que provoca baixas civis.
Perante a resposta do Brasil, o mundo inteiro, com a exceção dos Estados Unidos, condena veementemente o Brasil e exige o fim dos ataques ao Uruguai.
Sem sucesso. O Brasil, apostado em neutralizar a estrutura terrorista uruguaia, não atende aos apelos da comunidade internacional por entender que é a sua sobrevivência que está em causa. E invade o Uruguai de forma a terminar, de um vez por todas, com a agressão de que é vítima desde que retirou voluntariamente da região em 2005.
Além disso, o Brasil também sabe que os terroristas uruguaios não estão sós; eles são treinados e financiados por uma grande potência da América Latina (a Argentina, por exemplo). A Argentina, liderada por um genocida, deseja ter capacidade nuclear para "riscar o Brasil do mapa".
Fim da história? Quase, leitores, quase. Agora, por favor, mudem os nomes. Onde está "Brasil", leiam "Israel". Onde está "Uruguai", leiam "Gaza". Onde está "Argentina", leiam "Irã". Onde está "América Latina", leiam "Oriente Médio". E tirem as suas conclusões. A ignorância tem cura.
A estupidez é que não.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Murilo Mendes

Meu outro eu angustiado desloca o curso dos astros, atravessa os espaços de fogo e toca a orla do manto divino.

O Ser dos seres envia seu Filho para mim, para os outros que O pedem e para os que O esquecem.

Uma criança dançando segura uma esfera azul com a cruz: Vêm adorá-la brancos, pretos, portugueses, turcos, alemães, russos, chineses, banhistas, beatas, cachorros e bandas de música. A presença da criança transmite aos homens uma paz inefável que eles comunicam nos seus lares a todos os amigos e parentes.

Anjos morenos sobrevoam o mar, os morros e arranha-céus, desenrolando, em combinação com a rosa-dos-ventos, grandes letreiros onde se lê: GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS E PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE.

Murilo Mendes

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Kit Left Revolution

O vídeo abaixo foi feito pelos estudantes de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

João Pereira Coutinho

Escrevi em um dos primeiros posts deste blog que considerava João Pereira Coutinho o melhor colunista da Folha de São Paulo,porèm devo me rectificar: Coutinho è o melhor colunista da imprensa brasileira. Em uma de suas ùltimas colunas na Folha de São Paulo, Coutinho fez um dos melhores textos sobre José Saramago, sintetizou de forma precisa o monstro e o mèdico do único Nobel da língua portuguesa.

Coutinho escreve toda terça-feira na Folha de São Paulo. Sinceramente tem sido a única coisa realmente interessante de se ler na Ilustrada.O caderno de cultura da Folha de São Paulo virou um centro de moderninhos,parece que o editor deixou de ser o Marco António Gonçalves e virou o Tiago Ney.A Ilustrada faz cinquenta anos este ano, tomara que ela recupere a forma e deixe de se pautar por Skol Beats da vida.

Quem quiser conhecer um pouco mais de João Pereira Coutinho è só entrar no site da revista Dicta e Contradicta, là tem uma entrevista com esse grande intelectual português.

Abaixo a primeira parte da entrevista e o último paràgrafo da mais recente coluna de Coutinho.
"Disse e repito: aprender a morrer é uma forma de aprender a viver. Não apenas porque a consciência do fim revaloriza a nossa passagem pela Terra. Mas porque a morte permite dar a cada etapa da vida o respeito que essa etapa merece. Nem mais, nem menos. Só pela aceitação da morte seremos capazes de celebrar a juventude sem histeria e habitar a velhice sem drama. Ou seja, sem a tentação de prolongar patologicamente ambas."

PS-Já que eu mencionei a Dicta e Contradicta, vale a pena lembrar que acabou de sair o segundo exemplar da revista.Provavelmente não està a venda na Leitura, mas è fácil comprar pelo site da Livraria Cultura.

Cahiers du Cinèma

A prestigiada revista francesa Cahiers du Cinéma, uma das mais importantes publicações de cinema do mundo, lança neste mês de Dezembro um livro (intitulado "100 Films pour une Cinémathèque Idéale") com os 100 filmes necessários para se ter uma cinemateca ideal. Na lista há predominância de filmes clássicos e pouca presença de filmes mais novos. Também há uma clara puxação de saco com os filmes franceses , apesar do grande número de filmes americanos (claro, o melhor cinema do mundo não poderia ficar de fora)presentes na lista. A obra de Jean-Luc Godard, um dos principais teóricos da revista, ganha especial destaque (até demais, eu diria) no livro. Chaplin também é homenageado com a presença de alguns de seus principais filmes. Para elaborar a lista a Cahiers consultou 76 cineastas, historiadores e críticos de cinema franceses. Na lista aparecem clássicos como "O Mensageiro do Diabo" (1955) de Charles Laughton, "A Regra do Jogo" (1939) de Jean Renoir e "Cantando na Chuva" (1952) de Stanley Donen & Gene Kelly. Contudo clássicos como "Casablanca" (1942) de Michael Curtiz e "...E o Vento Levou"(1939) de Victor Fleming, que sempre aparecem neste tipo de publicação, desta vez ficaram de fora. Além disso, há contra-sensos como a presença de "Fale com Ela" (2002) de Pedro Almodóvar, que nem é considerado o melhor filme do cineasta espanhol , a ausência de "O Nascimento de uma Nação" (1915) de D.W. Griffith, considerado um dos filmes fundadores da estética cinematográfica - em seu lugar aparece "Intolerância" de 1916, filme que Griffith fez para "se desculpar" pelas críticas recebidas por "O Nascimento de uma Nação" (já que o filme falava sobre a Klu Klux Klan, grupo racista americano - parece que os críticos franceses não quiseram se comprometer e apelaram para a hipocrisia) e a presença de apenas um filme do cultuado diretor sueco Ingmar Bergman (Fanny e Alexander de 1982).

Segue abaixo a lista completa dos filmes escolhidos. Leiam e tirem suas próprias conclusões.

1. Cidadão Kane (1941) - Orson Welles
2. O Mensageiro do Diabo (1955) - Charles Laughton
3. A Regra do Jogo (1939) - Jean Renoir
4. Aurora (1927) - Friedrich Wilhelm Murnau
5. O Atalante (1934) - Jean Vigo
6. M, o Vampiro de Dusseldorf (1931) - Fritz Lang
7. Cantando na Chuva (1952) - Stanley Donen & Gene Kelly
8. Um Corpo que Cai (1958) - Alfred Hitchcock
9. O Boulevard do Crime (1945) - Marcel Carné
10. Rastro de Ódio (1956) - John Ford
11. Ouro e Maldição (1924) - Erich von Stroheim
12. Rio Bravo - Onde Começa o Inferno (1959) - Howard Hawks
13. Ser ou Não Ser (1942) - Ernst Lubitsch
14. Era uma Vez em Tóquio (1953) - Yasujiro Ozu
15. Desprezo (1963) - Jean-Luc Godard
16. Contos da Lua Vaga (1953) - Kenji Mizoguchi
17. Luzes da Cidade (1931) - Charlie Chaplin
18. A General (1927) - Buster Keaton
19. Nosferatu (1922) - Friedrich Wilhelm Murnau
20. A Sala de Música (1958) - Satyajit Ray
21. Monstros (1932) - Tod Browning
22. Johnny Guitar (1954) - Nicholas Ray
23. A Mãe e a Puta (1973) - Jean Eustache
24. O Grande Ditador (1940) - Charlie Chaplin
25. O Leopardo (1963) - Luchino Visconti
26. Hiroshima, Meu Amor (1959) - Alain Resnais
27. A Caixa de Pandora (1929) - Georg Wilhelm Pabst
28. Intriga Internacional (1959) - Alfred Hitchcock
29. O Batedor de Carteiras (1959) - Robert Bresson
30. Amores de Apache (1952) - Jacques Becker
31. A Condessa Descalça (1954) - Joseph Mankiewicz
32. O Tesouro do Barba Rubra (1955) - Fritz Lang
33. Desejos Proibidos (1953) - Max Ophüls
34. O Prazer (1952) - Max Ophüls
35. O Franco Atirador (1978) - Michael Cimino
36. A Aventura (1960) - Michelangelo Antonioni
37. O Encouraçado Potemkin (1925) - Sergei M. Eisenstein
38. Interlúdio (1946) - Alfred Hitchcock
39. Ivan, o Terrível (1944) - Sergei M. Eisenstein
40. O Poderoso Chefão (1972) - Francis Ford Coppola
41. A Marca da Maldade (1958) - Orson Welles
42. Vento e Areia (1928) - Victor Sjöström
43. 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968) - Stanley Kubrick
44. Fanny e Alexander (1982) - Ingmar Bergman
45. A Turba (1928) - King Vidor
46. 8 1/2 (1963) - Federico Fellini
47. Sel Sol (1962) - Chris Marker
48. O Demônio das Onze Horas (1965) - Jean-Luc Godard
49. O Romance de um Trapaceiro (1936) - Sacha Guitry
50. Amarcord (1973) - Federico Fellini
51. A Bela e a Fera (1946) - Jean Cocteau
52. Quanto mais Quente Melhor (1959) - Billy Wilder
53. Deus Sabe quanto Amei (1958) - Vincente Minnelli
54. Gertrud (1964) - Carl Theodor Dreyer
55. King Kong (1933) - Ernst Shoedsack & Merian J. Cooper
56. Laura (1944) - Otto Preminger
57. Os Sete Samurais (1954) - Akira Kurosawa
58. Os Incompreendidos (1959) - François Truffaut
59. A Doce Vida (1960) - Federico Fellini
60. Os Vivos e os Mortos (1987) - John Huston
61. Ladrão de Alcova (1932) - Ernst Lubitsch
62. A Felicidade não se Compra (1946) - Frank Capra
63. Monsieur Verdoux (1947) - Charlie Chaplin
64. O Martírio de Joana d’Arc (1928) - Carl Theodor Dreyer
65. Acossado (1960) - Jean-Luc Godard
66. Apocalypse Now (1979) - Francis Ford Coppola
67. Barry Lyndon (1975) - Stanley Kubrick
68. A Grande Ilusão (1937) - Jean Renoir
69. Intolerância (1916) - David Wark Griffith
70. Partie de Campagne (1936) - Jean Renoir
71. Playtime (1967) - Jacques Tati
72. Roma, Cidade Aberta (1945) - Roberto Rossellini
73. Sedução da Carne (1954) - Luchino Visconti
74. Tempos Modernos (1936) - Charlie Chaplin
75. Van Gogh (1991) - Maurice Pialat
76. Tarde Demais para Esquecer (1957) - Leo McCarey
77. Andrei Rublev - O Artista Maldito (1966) - Andrei Tarkovsky
78. A Imperatriz Galante (1934) - Joseph von Sternberg
79. Intendente Sansho (1954) - Kenji Mizoguchi
80. Fale com Ela (2002) - Pedro Almodóvar
81. Um Convidado bem Trapalhão (1968) - Blake Edwards
82. Tabu (1931) - Friedrich Wilhelm Murnau
83. A Roda da Fortuna (1953) - Vincente Minnelli
84. Nasce uma Estrela (1954) - George Cukor
85. As Férias do Sr. Hulot (1953) - Jacques Tati
86. A Terra do Sonho Distante (1963) - Elia Kazan
87. O Alucinado (1953) - Luis Buñuel
88. A Morte num Beijo (1955) - Robert Aldrich
89. Era uma Vez na América (1984) - Sergio Leone
90. Trágico Amanhecer (1939) - Marcel Carné
91. Carta de uma Desconhecida (1948) - Max Ophüls
92. Lola, a Flor Proibida (1961) - Jacques Demy
93. Manhattan (1979) - Woody Allen
94. Cidade dos Sonhos (2001) - David Lynch
95. Minha Noite com Ela (1969) - Eric Rohmer
96. Noite e Neblina (1955) - Alain Resnais
97. Em Busca do Ouro (1925) - Charlie Chaplin
98. Scarface - A Vergonha de uma Nação (1932) - Howard Hawks
99. Ladrões de Bicicletas (1948) - Vittorio de Sica
100. Napoleão (1927) - Abel Gance

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

pitanguy

Não sei o porquê que me pus a escrever sobre minha cidade. Não há nada de especial para destacar sobre Pitangui. Uma cidade que ficou feia com gente igual. Se dissesse que Pitangui parou no tempo seria melhor. Mas não! Ela caminha junto a um ponteiro de relógio que nunca lhe faltou força. Entretanto, isso não soa positivo caro leitor. Muito pelo contrário, é a representação da mais pura leniência da sensibilidade de seu povo.

Tenho por mim que algumas pessoas não vão gostar desse início. Para esses peço paciência. É inegável que muitas das minhas risadas e outros tipos de emoções tem como palco principal a cidade onde nasci. Mas cá entre nós: o lugar é o que importa?Não sei.Pitangui se tornou muito seca para mim. Ficando apenas como um lugar onde vive meus pais. Eu ainda não sei dizer se gosto ou desgosto dela.

Vou falar mais sobre esse tema ou não.

Fábio Saldanha

Beirut

As impressões de um norte americano sobre a música do leste europeu misturadas ao folk. Essa é a principal descrição do estilo interpretado por Zach Condon, natural de Santa Fe, Novo México. Com a Colaboração de Jeremy Barks, do “Neutral Milk Hotel”, e Heather Trost, do “ A Hawk and a Hacksaw”, o cantor se apresenta hoje como Beirut, nome desconhecido por mim até ontem, quando ouvi uma de suas mais bonitas canções.
“Elephant Gun” é recheada de belos arranjos de metais, acordeon e uma levada suave do ukele, uma espécie de cavaquinho havaiano que faz toda diferença na melodia. Sem falar na interpretação do cantor que com uma voz macia e um pouco “chorosa” se associa perfeitamente à instrumentação e faz a gente sentir toda a emoção que a música pretende transmitir.
A canção faz parte do EP Elephant Gun, lançado em junho de 2007. Vale a pena conferir não só essa canção mas todo o trabalho do cantor. Vai aí pra quem se interessar, o vídeo da música “Elephant Gun”, que faz parte da trilha sonora da minissérie “Capitu”, exibida atualmente na Globo.
Let the seasons begin!


Reinterpretação dos olhos de ressaca

Vamos dar uma espairecida no clima político-econômico-discursivo-da-conjuntura-internacional-ou-sei-lá-o-quê do nosso amigo Pedro. Falemos então de entretenimento, talvez para as massas, talvez não. Falemos de Capitu.

A microssérie da Rede Globo é um dos melhores produtos que a emissora já fabricou para ocupar os buracos da programação de fim de ano. Os cinco episódios foram produzidos dentro do Projeto Quadrante, que colocou nas mãos de Luiz Fernando de Carvalho e equipe a responsabilidade pela adaptação de obras essenciais da literatura de cinco regiões brasileiras. A primeira (e cara) façanha do grupo, A Pedra do Reino, limitou os recursos de Capitu. Felizmente, o orçamento enxuto exacerbou as capacidades criativas da equipe, que fez coisas inacreditáveis tendo um galpão apodrecido como estúdio, e externas com figurino de época em pleno centro do Rio de Janeiro.

Afora as discussões sobre a relevância comercial da obra, que rendeu metade dos pontos no IBOPE de "Toma Lá, Dá Cá", e as eternas conjecturas a respeito da adaptação de literatura para o público de TV, acho importante fazer algumas considerações:

• a série não precisa da leitura do livro para ser compreendida, até porque é um produto transformado da obra original. Não é como se adaptassem a história dando uns cortes de tempo, é uma reinterpretação dos sentidos de cada elemento da história do Machado. Mas com certeza, como sempre acontece nesses casos, é mais saboroso para quem leu o livro (e gostou). É como assistir ao Elephant Medley, do Moulin Rouge, conhecendo as músicas que são emendadas.

• o tom "semi-noir" da série, apesar de ser um clichê em produções desse tipo, combina perfeitamente com o clima da narrativa. Lembremos que trata-se de um velho decrépito e amargo, que busca em suas memórias algum conforto, mas que acabou destruído por uma dúvida angustiante. Obscuridade e depressão definitivamente fazem parte dessa história.

• as memórias são a base desta narrativa; é preciso duvidar do que Bentinho diz, pois ele se recorda apenas do que lhe convém para comprovar ao leitor a opinião que firmou a respeito de Capitu. Naturalmente, é bem mais fácil duvidar do que está escrito do que daquilo que vemos. Provavelmente por isso, a série tem um tom teatral exagerado, que realça o caráter de "montagem" da imaginação; uma verdade reinterpretada.

• li em algum lugar que a trilha sonora e os takes externos foram planejados para resgatarem o texto como algo contemporâneo, por tratar de emoções humanas básicas e imutáveis. Por isso vemos Bentinho e seu vizinho no trem grafitado, ao som de rock; a história de Dom Casmurro se repete diariamente, na cidade grande ou nos subúrbios, e continuará acontecendo enquanto seres humanos se relacionarem.

Resta aguardar o desenrolar do programa, e descobrir até onde esse jogo de símbolos e linguagens consegue chegar sem ficar enfadonho. Até agora, a Globo sai ganhando, ainda que perdendo na audiência. Com certeza já tem alguém reservando espaço em uma estante platinada para alguns Emmys...

Façam suas apostas

A Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood (HFPA) anuncia amanhã, às 5 horas da manhã (horário de Los Angeles) , os indicados ao Golden Globe 2009. A premiação que está em sua edição de número 66 (a primeira foi nos idos de 1944) , inaugura oficialmente a corrida pelo Oscar e dá fortes indícios dos possíveis indicados ao prêmio da academia. Os aficionados já estão fazendo suas apostas e já surgem os primeiros favoritos. Sempre é arriscado fazer apostas, mas mesmo assim arrisco alguns palpites (que Deus me ajude). Espero acertar.
Agora é voltar os olhos para Hollywood e espera as indicações serem anunciadas.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Itàlia

Ontem dois marroquinos foram presos na Itália. De acordo com as autoridades italianas, ambos estariam preparando um ataque terrorista em Milão, e teriam conexões com a rede terrorista de Osama Bin Laden.

Imediatamente a Lega Nord, partido da base do governo Sílvio Berslusconi, através do deputado Roberto Cota, líder da Lega Nord na Câmara, protocolou um pedido de moratória na construção de mesquitas e centros espirituais islâmicos.A mensagem diz o seguinte :" Pedimos uma moratória por tempo indeterminado no que concerne a construção de novas mesquitas e supostos centros culturais até a aprovação pelo Parlamento de uma lei que regulamente a construção de edifícios de culto.Apresentaremos um moção parlamentar com tal objetivo."

Sinceramente eu não sei o que será da Itália. Não tenho estômago para ficar comentando esse tipo de noticia. Meses atrás, aqui perto de Veneza um grupo de muçulmanos, depois de meses procurando, conseguiu finalmente achar um prédio que poderia servir de Mesquita. O prédio tinha sido no passado um bordel, mas era a única opção, então eles decidiram comprar mesmo assim. Porém dias antes do fechamento do negocio o prefeito da cidade fez uma oferta maior e comprou o prédio. Ate hoje o antigo bordel està
desativado, a prefeitura não fez absolutamente nada com o antigo edifício.

Abaixo três vídeos de Cat Stevens/Yusuf Islam em homenagem a Roberto Cota.



Holywood e a Política Americana

O que vai abaixo è um texto de André Bezamat. André è estudante de Relacoes Internacionais na Puc-Mg. Certamente ele serà um dos grandes analistas internacionais brasileiro. Tomara que o Brasil nao o estrague. O problema do Brasil è que o nível è tão ruim que acabamos acomodando.


Holywood e a Política Americana
Andrè Bezamat
Acompanhei essas última eleições americanas diariamente,desde as disputadas prévias do partido democrata ao discurso de fechamento,muito emocionante e bem elaborado por sinal,de Barack Obama(aliás,como todos os seus costumam ser). Devo admitir que todo o trajeto,tendo Obama como o principal protagonista, foi muito excitante! Começando quando o senador negro de ilinois,que ninguém colocava fé alguma,largou um pouco atrás da tão temida e já tida por muitos a futura presidente,Hillary Clinton. Aliás,independente de Obama,um negro,jovem,com passado um tanto quanto ''cheio de aventuras'',um sujeito globalizado,que tem hussein no nome,filho de keniano,que já morou na indonésia e supostamente nasceu no Havaí, ter entrado na corrida presidencial,só a participação de uma mulher, com o passado de Hillary,ex mulher de um presidente(que mesmo com todas as críticas que já recebeu durante sua longa presidência, era um homem que também possui um certo carisma,de uma fala invejável, um ar boa pinta e fama de garanhão) e que tomou um chifre aos olhos do mundo inteiro, depois se recuperou e se elegeu senadora por Nova York,já dava uma emoção interessante à iniciada corrida para presidência.
Obama e Hillary nos proporcionaram um confronto que foi realmente de tirar o fôlego. Ele como o azarão que ameaçava desbancar o clã dos Clinton, e ela aquela mulher do século 21 que nunca desiste,como nós brasileiros! Parecia a disputa para presidência,antes mesmo de começar a verdadeira,que prometia ser ainda mais sangrenta. Assistindo a tudo isso dá até vergonha de ver o modo como nossos partidos aqui escolhem seus candidatos. Imaginem Serra e Aécio em 2010 andando pelo Brasil afora e debatendo na record sobre quem seria melhor candidato do PSDB? Agora abram os olhos,isso é pura viagem mesmo!
Acabou a tão desesperada guerra, e sabíamos então quem seriam os candidatos: Obama e John Mcain! Esse último , um cidadão com história,que já ficou preso nas masmorras de Hanoi e sofreu o pão que o diabo amassou nas mãos dos comunista vietnamitas que não brincavam em serviço. Esse homem,um velho,que não possui destreza em certos movimentos corporais,de fala um tanto quanto presa,sem desenvoltura,mas que era um herói nacional e que levava anos de bagagem política nas costas,tinha pela frente a hercúlea missão de derrotar a mais nova sensação americana e mundial. A Paris Hilton do meio político.
Para ajuda-lo em tal missão,nosso bravo xerife do arizona recruta uma outra figura muito interessante: a governadora do Alasca(aquele estado de grande peso econômico que do quintal de qualquer casa se pode avistar a Russia,sabe?)Sara Pahlin.A caipira de valores super conservadores,que não tinha passaporte,uma mãezona e que estava pronta para bater de frente com quem quer que fosse.
Esses personangens todos estavam em um cenário um tanto quanto anormal também. Além de um conflito militar ocorrer ''do nada'' entre a Rússia e a Geórgia,o mundo se viu no meio de uma catástrofe ecônomica sem precedentes. Mas poderia um negro ser eleito o homem mais poderoso do mundo? Será que os americanos estavam preparados para isso?
Não faltou quem ajudasse nosso mocinho protagonista Obama a superar isso tudo e chegar lá. Primeiros aliados: a imprensa, liderados pelos generais new york times e washington post, que não deixaram que notícias que sujassem a imagem de bom moço de Obama fossem levadas a sério.Segundo aliado:o destino,que arrebentou o já destroçado governo repúblicano do presidente George W Bush com a tal crise financeira.
Não faltou aquelas pontas cômicas que arrancam risadas das platéias.Alguém quer personagem mais cômico que o saudoso pastor que falou que o 11 de setembro foi culpa dos próprios americanos? E do mafioso que financiou os estudos de Obama? E do terrorista que escreveu aquela maravilhosa obra SONHOS DO MEU PAI?
Enfim,relembrando toda essa trajetória da campanha presidencial dos Estados Unidos,me sinto como se tivesse visto um filme. Um filme muito bom,por sinal! Com personagens interessantes e engraçados,e o iluminado vencendo no final,depois de tantos percalços,contra uma megera malvada e prepotente e os falcões repúblicanos virulentos do establishment no final!
Para finalizar,como todo filme bom que se preze, pude ver o special one no fim,convidar sua dear friend,Hillary Rodham Clinton,para ser sua mais nova Condoleeza Rice! Final feliz para todos,ele o homem mais poderoso do mundo, ela,como sempre quis(e como nós,não desiste nunca)a mulher mais poderosa do mundo.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Obama

Michael Lind
The meaning of Obama


What is the meaning of Obama? It is, of course, impossible to evaluate a presidency that has yet to occur, notwithstanding premature declarations that he will be a "transformational" president to compare with giants like Lincoln and the two Roosevelts. But it is not too early to analyse the meaning of his election.The fact that a mostly white democracy has elected a biracial chief executive is epochal in itself. Liberal democracy is now firmly rooted in much of the world, but many, if not most, liberal societies today would not choose to be led by someone who does not look like a member of the dominant tribe. Its history of slavery and apartheid notwithstanding, that can no longer be said of the United States of America.The nightmare of the racist right in the US has always been "race-mixing." It was particularly moving therefore to see a mixed-race president, who had begun his presideantial race in Abraham Lincoln's Springfield, Illinois, conclude it on election night with an address to a jubilant multiracial crowd in Chicago's Grant Park, named after the general who defeated the slave south in the civil war. There were many ghosts among that crowd.But Obama was not elected because the American people chose to set an example of colour-blind democracy for the world. He was elected because the 2008 presidential election was a referendum on George W Bush's two disastrous terms. And whether Obama's election marks a transformation or a restoration depends on how the regime of his predecessor is viewed. If Bush's presidency was an aberration, then Obama's election can be seen as a restoration. On the other hand, if Bush's presidency was typical of an earlier pattern, then Obama's election can be viewed as a novel departure.

A eleição de Barack Obama é o tema da principal matéria de dezembro da Prospect.
A matéria completa está aqui
http://www.prospect-magazine.co.uk/article_details.php?id=10503

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Veneza

Veneza foi invadida pelas águas.Nada de aula de Língua Persa e de Direito Muçulmano. Desde 1986 não se via uma maré tão alta. Hoje o nível da água chegou a 156cm. Água alta é como neve, só agrada à turista.
Abaixo algumas fotos;






Entrada do meu prédio.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

FALA MENDONÇA DE BARROS – EM QUEM A CRISE VAI DOER MAIS

Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES e ex-ministro das Comunicações no governo FHC, é hoje economista-chefe da Quest Investimentos. Dentro do governo ou fora dele — já há muitos anos —, sua capacidade de antecipar cenários, com impressionante dose de acerto, é reconhecida por admiradores e adversários. Na entrevista abaixo, concedida com exclusividade a este blog[o dele,claro], ele diz qual é a fatia dos brasileiros que vai sentir primeiro os efeitos da crise global — que já chegou ao Brasil, incomodando bem mais do que uma simples marolinha. Com base em dados colhidos pela MB Consultores Econômicos, ele afirma que “haverá uma redução importante nos rendimentos do trabalho dos brasileiros com renda superior a 10 salários mínimos”. Pois é, leitor amigo...

Uma das características de Mendonça de Barros é pensar as implicações políticas da economia. Não havendo um agravamento da crise, ele antevê: “O presidente Lula não enfrentará um quadro de desastre que possa destruir o apoio que hoje tem dos mais de 50% dos brasileiros que ganham menos de cinco salários mínimos (...). Eles devem apenas sentir a interrupção da melhora ocorrida nos últimos anos, não uma queda expressiva nos seu nível de vida.”

O país crescerá os 4% antevistos pelo ministro Guido Mantega (Fazenda)? “Com a redução da demanda chinesa, os preços das commodities exportadas pelo Brasil voltaram ao nível de 2002, eliminando, dessa forma, os ganhos na nossa capacidade de importar. Este movimento é que obriga o Brasil a crescer novamente a taxas de 2,5 % ao ano”, afirma Mendonça de Barros.

Na conversa abaixo, ele lembra que os economistas esperavam há tempos uma drástica desaceleração da economia mundial. A crise que chegou, diz, traz características que já tinham sido antevistas, mas também surpreende em muitos aspectos. Segue a entrevista:

Há alguns anos, economistas falam do risco do “The Big One” na economia, aquela que seria realmente uma crise grave, com terríveis efeitos globais. Queria que o senhor caracterizasse a crise que se esperava então.

Há muitos anos vivemos um grande desequilíbrio macroeconômico no mundo, representado pelo excesso de consumo privado nos EUA e de poupança em parte importante do mundo, principalmente na Ásia. Mais recentemente, durante a era Bush, o governo passou a incorrer também em grandes déficits fiscais. Em outras palavras: a taxa de poupança americana ficou ainda mais negativa, o que levou os EUA a ter déficits crescentes em seu comércio com o mundo exterior, como ensina qualquer livro-texto de economia.

Como os EUA emitem a moeda internacional, que é o dólar, esse desequilíbrio se transformou em uma fonte de instabilidade cambial, com um processo continuado de desvalorização da moeda americana. Criou também uma situação de excessiva liquidez no sistema bancário mundial, provocando uma expansão desordenada do crédito em vários países do mundo, principalmente nos próprios EUA, à medida que os dólares exportados voltavam para Wall Street. Essa dinâmica atingiu um estagio gravíssimo nos últimos dois anos, com um aumento brutal da liquidez financeira.

Um dos resultados deste processo de expansão do consumo americano foi o crescimento vigoroso de um grupo de economias emergentes – liderados pela China – por meio do comércio exterior e do investimento privado no setor industrial exportador. Os recursos gerados pelo crescimento de suas exportações passaram a ser reciclados para os EUA por intermédio de aplicações financeiras, fechando o ciclo de desequilíbrios e financiando o déficit externo americano. Vale dizer: governos como o chinês e os dos países exportadores de petróleo equilibravam a balança de pagamentos americana por intermédio da compra maciça de títulos emitidos por Washington.

A correção desses desequilíbrios era uma questão de tempo e viria necessariamente por uma redução do consumo nos EUA e de um aumento da poupança privada – principalmente das famílias – da ordem de 7% a 10% do PIB. A esse movimento tectônico, os economistas passaram a chamar de “The Big One”, expressão tomada emprestada do grande terremoto que se espera na região de Los Angeles.

Para ler o resto desta entrevista é só ir ao Blog do Reinaldo Azevedo. Pois eu não ser precessado (RS) !

sábado, 22 de novembro de 2008

País dos Petralhas em BH

Foi na livraria Leitura Mega Store do BH Shopping na última segunda [17/11], que o livro “País dos Petralhas” foi lançado pelo seu autor – Reinaldo Azevedo. Eu estive lá para conferir. Apesar de alguns probleminhas na faculdade que fizeram com que eu chegasse 1H depois do combinado, tudo correu bem.
Seguem as fotos que eu fiz com o meu celular, pois não tive tempo de voltar em casa para pegar a minha câmera.

























quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Madeleine Peyroux

Aécio Neves declarou uma vez que a única coisa que se pode fazer em Belo Horizonte é ir ao Mineirão. Durante muito tempo concordei com ele. Não porque acho que ir ao Mineirão seja um bom programa, mas devido ao fato de não ter nada realmente interessante em BH.
Adoro Belo Horizonte, e não me vejo morando em outra cidade, a não ser Veneza, por muito tempo. Nao obstante, sempre achei impossível que alguém que não tivesse nascido em BH pudesse gostar de morar aí.
Mas de uns tempos pra cá essa minha opinião està mudando. Hoje qualquer pessoa que queira pode fazer um bom programa na cidade, é só dar uma olhada na programação do Palácio das Artes, por exemplo. A Quarta-erudita é uma das iniciativas mais bacanas.
A Orquestra Sinfônica também está voltando a ganhar uma certa vitalidade. Quase toda terça-feira tem um concerto a preço popular – R$5,00 (!).
Não sei se o governador continua indo ao Mineirão, mas posso garantir que nunca o vi em uma apresentação da Orquestra Sinfônica. Sempre vejo o vice-governador e a secretària de cultura Eleonora Santa Rosa. Talvez a grande qualidade do Aécio Neves seja essa. Aécio não sabe nada sobre Belo Horizonte, porém soube escolher uma boa secretària de cultura.
Agora chega de falar bem do governo, porque mesmo que eu tentasse não conseguiria superar o Estado de Minas.
Fiz esse nariz de cera todo para comentar a apresentação que a Madeleine Peyroux fará em Belo Horizonte. Não entendo nada de jazz, e não suporto quem entende de jazz assim como não suporto enólogo. Na verdade não suporto quem faz duas aulinhas de degustação e sai ditando normas de harmonização. Apesar de não saber nada sobre jazz ,acho a Madeleine Peyroux fantástica.
E finalmente ela poderá tocar em lugar decente desta vez. A sua ùltima apresentação na Capital, se não me engano, foi em 2006 no Marista Hall. Não estou contando a sua apresentação no festival de jazz de Ouro Preto. Pergunto-me, como alguém tem coragem de contratar um artista para realizar um show em um lugar como aquele. Toda vez que eu vou ao Marista Hall eu prometo que é a última.
Pois bem, dessa vez a Dona Madalena se apresenta no Palácio das Artes.O show será dia 06 de Dezembro(sábado).
Os ingressos custam:
Platéia I - R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia entrada)
Platéia II - R$ 180 (inteira) e R$ 90 (meia entrada)
Platéia Superior - R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia entrada)
Informações- 3236-7400
PS- E amanhã tem concerto da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. No programa ,Debussy,Ravel, Strauss e Corigliano.Vale a pena!
Abaixo dois vídeos da Dona Madalena.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Sophie Hannah

Leaving and Leaving You

When I leave your postcode and your commuting station,
When I leave undone the things that we planned to do,
You may feel you have been left by association,
But there is leaving and there is leaving you.

When I leave your town and the club that you belong to,
When I leave without much warning or much regret,
Remember, there’s doing wrong and there’s doing wrong to
You, which I’ll never do and I haven’t yet,

And when I have gone, remember that in weighing
Everything up, from love to a cheaper rent,
You were all the reasons I thought of staying
And you were none of the reasons why I went

And although I leave your sight and I leave your setting
And our separation is soon to be a fact,
Though you stand beside what I’m leaving and forgetting,
I’m not leaving you, not if motive makes the act.

Sophie Hannah

domingo, 16 de novembro de 2008

Roberto Carlos

Quem acha que o nosso Rei dos motéis não pode ser mais cafona, è por que nunca o escutou em italiano. Abaixo, três vídeos em que Roberto Carlos canta em italiano.E só uma observação. O pior de Roberto Carlos não são suas mùsicas, mas o seu desprezo pela liberdade de expressão. Além de ter proibido a venda de sua biografia, Roberto Carlos na década de 80, defendeu a proibição da exibição no Brasil do filme Je Vous Salue, Marie, de Jean-Luc Godard.





sábado, 15 de novembro de 2008

Imigração: caso holandês

Em um dos primeiros posts deste blog, o Pedro descreveu a situação da imigração na Itália. Fiz um comentário no texto e não gostaria de ser vista como xenófoba. Escrevo para esclarecer minha opinião sobre o assunto.
Não sou contra a imigração, mas acredito que a os países, principalmente os europeus, devem estabelecer certas regras para a entrada de estrangeiros. Tais medidas com certeza não me beneficiariam como imigrante, mas trariam maior conforto para quem vive no país de uma forma geral.
Para melhor exemplificar, utilizarei o caso holandês. Após o assassinato de Theo van Gogh, cineasta e crítico do fundamentalismo islâmico, por um jovem islâmico de origem marroquina, as leis de imigração holandesas tornaram-se mais rígidas. Marroquinos e turcos correspondem hoje a cerca de 3% da população total do país.
Não quero parecer generalista, mas muitos problemas do país vêm da imigração. Grande parte dos estrangeiros que vivem no país mora em guetos, não se interessam pela cultural local e mesmo com muitos anos de convivência com holandeses não falam a língua. Portanto, eles formam pequenas comunidades que preservam as suas culturas.
Em outubro deste ano Ahamed Aboutaleb, 47 anos e marroquino, foi eleito o prefeito de Roterdã. Quem irá governar o maior porto do mundo tem as mesmas raízes de quem matou Theo. Este foi um resultado comemorado pelos imigrantes, que vêem na vitória uma maior aceitação dos holandeses aos estrangeiros.
Não sei como avalio a conquista, pois dentro do país ainda há muito preconceito. Fui vítima, várias vezes, de uma discriminação discreta por parte dos holandeses. Eles são muito politicamente corretos, por isso nunca vão admitir abertamente que não gostam de imigrantes. Grande maioria preserva certa distância.
As pessoas de maior poder aquisitivo na Holanda pagam inúmeros impostos para dar suporte aos estrangeiros que entram no país. O governo oferece uma ajuda em dinheiro para os cidadãos que moram na Holanda legalmente e não possuem emprego. Portanto, se você é um estrangeiro legal, você possui todas as regalias de um holandês. Esta proteção irrita alguns holandeses, pois muitos turcos, por exemplo, não estão se quer preocupados em falar a língua natal do país.
Percebi grande diferença depois que comecei a falar holandês. As pessoas se abriram e tornaram-se mais atenciosas comigo. Por isso considero a questão preconceito também muito relativa (vide um post antigo) como tudo hoje. Sofre discriminação quem não se adapta a um novo estilo de vida. A partir do momento em que você decide viver em outro país é imprescindível que você queria conhecer a cultura e tornar-se parte dela.
Claro que a situação que eu descrevo possui suas exceções, porém se pode mudar muitas coisas através da adoção de uma nova postura. O respeito é conquistado com o tempo, seja no seu país de origem ou em qualquer lugar do mundo.