A Academia de Artes e Ciencias Cinematográficas de Hollywood anunciou nesta quinta-feira os indicados ao prêmio mais importante do cinema mundial, o Oscar. Na lista há poucas surpresas. Como vem acontecendo nos últimos anos, a academia indicou alguns atores e atrizes que nem sequer tinham concorrido ao Globo de Ouro, considerado a prévia do Oscar. Contudo, na maioria dos casos as indicações coincidiram com as dos Globo de Ouro.
Nas categorias de Melhor Filme e Diretor, nenhuma surpresa, os indicados já eram esperados, quase todos já haviam sido indicados ao Globo de Ouro na categoria Melhor Filme - Drama ( confirmando a tendência da Academia de não dar muita bola para as comédias ). Seguindo esta linha de raciocínio pode-se dizer que o filme Slumdog Millionaire de Danny Boyle é o favorito para levar o prêmio, já que faturou o Globo de Ouro. No entanto, "O curioso caso de Benjamin Button" de David Fincher conseguiu 13 indicações ao Oscar e continua firme na briga. A academia sempre pode surpreender, mas é muito provavel que no dia 22 de Fevereiro um desses dois filmes leve o prêmio para casa. Os outros concorrentes da Categoria são "Milk - A voz da liberdade", "Frost/Nixon" e "The Reader". Já o paréo para ver que leva o prêmio de Melhor Diretor está um pouco mais acirrado, apesar do veterano diretor inglês Danny Boyle ser o favorito, ele terá concorrentes de peso como os competentes David Fincher, Gus Van Sant e Stephen Daldry, além do já oscarizado Ron Howard.
Na categoria Melhor Ator apenas uma surpresa o ator Richard Jenkins indicado por sua performance no drama The Visitor . Nesta categoria Sean Penn era o favorito disparado até semanas atrás quando o ressuscitado Mickey Rourke, que renasceu das cinzas após anos de ostracismo e dezenas de filmes ruins, ganhou o Globo de Ouro por sua atuação em "The Westler" e agora ameaça tomar o Oscar das mãos de Penn, que concorre por seu desempenho como o ativista homossexual Harvey Milk no filme "Milk - A voz da liberdade. Além dos três foram indicados o ator Frank Langella por sua atuação impecável como o ex-presidente Richard Nixon no filme Frost/Nixon e o "galã" Brad Pitt por sua atuação no papel-título de "O curioso caso de Benjamin Button" .
A categoria de Melhor Atriz terá uma boa briga entre a jovem e talentosa atriz britânica Kate Winslet que concorre por seu papel em The Reader, e é favorita para levar o prêmio e a veterana atriz americana Meryl Streep que mais uma vez foi indicada ao prêmio, desta vez por sua atuação em Doubt. Já é a sua 15 indicação, um recorde absoluto. Além delas, outra que tem chances ( pequenas ) de levar a estatueta é Angelina Jolie por sua elogiada atuação em "A troca" de Clint Eastwood. A novata Anne Hathaway veio comendo pelas beiradas e acabou conseguindo uma indicação por seu desempenho em "O casamento de Rachel". Desta vez a surpresa ficou por conta de Melissa Leo que saiu do nada e foi indicada pelo filme Frozen River.
A categoria Ator Coadjuvante já parece ter um vencedor, o falecido Heath Ledger, que foi indicado por sua magistral atuação em "Batman – O cavaleiro das trevas". Só mesmo uma zebra enorme e muito listrada faria o ator perder esse prêmio, já que ele já ganhou todos os outros a que concorreu.
Ainda nesta categoria foram indicados os talentosos Robert Downey Jr ( retomando sua carreira após anos de problemas com drogas ) e Philip Seymour Hoffman. Além de Josh Brolin ( que nos últimos anos vem fazendo bons filmes ) e a surpresa Michael Shannon.
Na categoria Atriz Coadjuvante destaque para a especialista na categoria Marisa Tomei que recebeu sua terceira indicação ao prêmio de Atriz Coadjuvante por seu papel em "O Lutador". Foram indicadas ainda Penélope Cruz por seu papel em Vicky Cristina Barcelona de Woody Allen, Amy Adams, Viola Davis e outra surpresa a atriz americana Taraji P. Henson.
Na categoria Animação não houve nenhuma surpresa os indicados são os mesmos que concorreram ao Globo de Ouro. Além do favorito WALL·E , foram indicados Kung Fu Panda e Bolt . O Brasil mais uma vez ficou de fora da festa o filme Última Parada 174 candidato do país na categoria Filme Estrangeiro não chegou nem as fases finais da seleção. O favorito a levar o Prêmio nesta categoria e a animação israelense "Vals Im Bashir", de Ari Folman. A maior decepção ficou por conta da categoria Canção Original, a Academia quebrou sua tradição de indicar canções de filmes de animação e acabou indicando duas canção do filme Slumdog Millionaire e apenas uma da animação WALL·E , nem mesmo a canção " The Wrestler". de Bruce Springsteen, vencedora do Globo de Ouro foi indicada.
Agora é torcer e esperar as surpresas que a academia preparou para a noite de 22 de Fevereiro.
Confira abaixo lista completa dos indicados.
Melhor filme:
- “Slumdog Millionaire”
- “Frost/Nixon”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Milk - A voz da liberdade”
- “The reader”
Melhor diretor:
- Danny Boyle - “Slumdog Millionaire”
- Ron Howard - “Frost/Nixon”
- David Fincher - “O curioso caso de Benjamin Button”
- Gus Van Sant - “Milk - A voz da liberdade”
- Stephen Daldry - "The reader"
Melhor ator:
- Mickey Rourke - “The Wrestler”
- Sean Penn “Milk - A voz da liberdade”
- Frank Langella – “Frost/Nixon”
- Brad Pitt - "O curioso caso de Benjamin Button"
- Richard Jenkins - "The Visitor"
Melhor atriz:
- Meryl Streep – “Doubt”
- Kate Winslet – “The reader”
- Anne Hathaway – “O casamento de Rachel”
- Angelina Jolie – “A troca”
- Melissa Leo - "Frozen river"
Melhor ator coadjuvante:
- Heath Ledger - “Batman – O cavaleiro das trevas”
- Josh Brolin - "Milk - A voz da liberdade"
- Robert Downey Jr. - "Trovão tropical"
- Philip Seymour Hoffman - "Doubt"
- Michael Shannon - "Revolutionary road"
Melhor atriz coadjuvante:
- Amy Adams - "Doubt"
- Penélope Cruz - "Vicky Cristina Barcelona"
- Viola Davis - "Doubt"
- Taraji P. Henson - "O curioso caso de Benjamin Button"
- Marisa Tomei - "The Wrestler"
Melhor longa de animação:
- “Wall.E”
- “Kung Fu Panda”
- “Bolt – Supercão”
Melhor filme em língua estrangeira:
- "Revanche", de Gotz Spielmann (Áustria)
- "The class", de Laurent Cantet (França)
- "The Baader Meinhof Complex", de Uli Edel (Alemanha)
- "Waltz with Bashir", de Ari Folman (Israel)
- "Departures", de Yojiro Takita (Japão)
Melhor roteiro original:
- “Frozen river”
- “Na mira do chefe”
- “Wall.E”
- “Milk – A voz da liberdade”
- “Happy-go-lucky”
Melhor roteiro adaptado:
- “O caso curioso de Benjamin Button”
- “Doubt”
- “Frost/Nixon”
- “The reader”
- “Slumdog Millionaire”
Melhor direção de arte:
- “A troca”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “A duquesa”
- “Revolutionary road”
Melhor fotografia:
- “A troca”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “The reader”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Slumdog Millionaire”
Melhor mixagem de som:
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Slumdog Millionaire”
- “Wall.E”
- “Procurado”
Melhor edição de som:
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Homem de Ferro”
- “Wall.E”
- “Procurado”
- “Slumdog Millionaire”
Melhor trilha sonora original:
- Alexandre Desplat - “O curioso caso de Benjamin Button”
- James Newton Howard – “Defiance”
- Danny Elfman – “Milk – A voz da liberdade”
- Thomas Newman – “Wall.E”
- A.R. Rahman – “Slumdog Millionaire”
Melhor canção original:
- “Down to Earth”, de Peter Gabriel and Thomas Newman - “Wall.E”
-“Jai Ho” de A.R. Rahman – “Slumdog Millionaire”
- “O Saya”, de A.R. Rahman e Maya Arulpragasam – “Slumdog Millionaire”
Melhor figurino:
- “Austrália”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “A duquesa”
- “Milk – A voz da liberdade”
- “Revolutionary road”
Melhor documentário de longa-metragem:
- “The betrayal” -
-“Encounters at the end of the world”
- “The garden” -
-“Man on wire” -
-“Trouble the water”
Melhor documentário de curta-metragem:-
-“The conscience of Nhem En”
-“The final inch”
-“Smile Pinki”
-“The witness -
-From the balcony of room 306”
Melhor edição:
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Frost/Nixon”
- “Milk – A voz da liberdade”
- “Slumdog Millionaire”
Melhores efeitos especiais:
- “Batman - O cavaleiro das trevas”
- “Homem de Ferro”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
Melhor maquiagem:
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- Hellboy II – O exército dourado”
Melhor animação de curta-metragem:
- “La maison en petits cubes”
- “Lavatory - Lovestory”
- “Oktapodi”
- “Presto”
- “This Way Up”
Melhor curta-metragem:
- “Auf der strecke (On the Line)”
- “Manon on the asphalt”
- “New Boy”
- “The Pig”
- “Spielzeugland" (Toyland)”
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
domingo, 18 de janeiro de 2009
Primeiro de 2009
Olá leitor! Depois de muito tempo aqui estamos nós. A mesma preguiça para escrever não foi abandonada junto ao ano que passou, infelizmente. Fazer o quê, né?
Então. Não sei o que mudou nas regras ortográficas do nosso (nosso?) português. Qualquer erro que eu venha cometer, peço paciência e a devida cooperação.
Esse texto que eu coloquei logo abaixo é de um conhecido nosso: João Pereira Coutinho.
Nada como uma história para começar o ano.
Então. Não sei o que mudou nas regras ortográficas do nosso (nosso?) português. Qualquer erro que eu venha cometer, peço paciência e a devida cooperação.
Esse texto que eu coloquei logo abaixo é de um conhecido nosso: João Pereira Coutinho.
Nada como uma história para começar o ano.
Mudar as palavras
Israel está novamente em guerra com os terroristas do Hamas, e não existe comediante na face da Terra que não tenha opinião a respeito. Engraçado. Faz lembrar a última vez que estive em Israel e ouvi, quase sem acreditar, um colega meu, acadêmico, que em pleno Ministério da Defesa, em Jerusalém, começou a "ensinar" os analistas do sítio sobre a melhor forma de acabarem com o conflito. Israel luta há 60 anos por reconhecimento e paz.Mas ele, professor em Coimbra, acreditava que tinha a chave do problema. Recordo a cara dos israelenses quando ele começou o seu delírio. Uma mistura de incredulidade e compaixão.
Não vou gastar o meu latim a tentar convencer os leitores desta Folha sobre quem tem, ou não tem, razão na guerra em curso. Prefiro contar uma história.
Imaginem os leitores que, em 1967, o Brasil era atacado por três potências da América Latina. As potências desejavam destruir o país e aniquilar cada um dos brasileiros. O Brasil venceria essa guerra e, por motivos de segurança, ocupava, digamos, o Uruguai, um dos agressores derrotados.
Os anos passavam. A situação no ocupado Uruguai era intolerável: a presença brasileira no país recebia a condenação da esmagadora maioria do mundo e, além disso, a ocupação brasileira fizera despertar um grupo terrorista uruguaio que atacava indiscriminadamente civis brasileiros no Rio de Janeiro ou em São Paulo.
Perante esse cenário, o Brasil chegaria à conclusão de que só existiria verdadeira paz quando os uruguaios tivessem o seu Estado, o que implicava a retirada das tropas e dos colonos brasileiros da região. Dito e feito: em 2005, o Brasil se retira do Uruguai convencido de que essa concessão é o primeiro passo para a existência de dois Estados soberanos: o Brasil e o Uruguai.
Acontece que os uruguaios não pensam da mesma forma e, chamados às urnas, eles resolvem eleger um grupo terrorista ainda mais radical do que o anterior. Um grupo terrorista que não tem como objetivo a existência de dois Estados, mas a existência de um único Estado pela eliminação total do Brasil e do seu povo.
É assim que, nos três anos seguintes à retirada, os terroristas uruguaios lançam mais de 6.000 foguetes contra o Sul do Brasil, atingindo as povoações fronteiriças e matando indiscriminadamente civis brasileiros. A morte dos brasileiros não provoca nenhuma comoção internacional.
Subitamente, surge um período de trégua, mediado por um país da América Latina interessado em promover a paz e regressar ao paradigma dos "dois Estados". O Brasil respeita a trégua de seis meses; mas o grupo terrorista uruguaio decide quebrá-la, lançando 300 mísseis, matando civis brasileiros e aterrorizando as populações do Sul.Pergunta: o que faz o presidente do Brasil?
Esqueçam o presidente real, que pelos vistos jamais defenderia o seu povo da agressão.
Na minha história imaginária, o presidente brasileiro entenderia que era seu dever proteger os brasileiros e começaria a bombardear as posições dos terroristas uruguaios. Os bombardeios, ao contrário dos foguetes lançados pelos terroristas, não se fazem contra alvos civis -mas contra alvos terroristas. Infelizmente, os terroristas têm por hábito usar as populações civis do Uruguai como escudos humanos, o que provoca baixas civis.
Perante a resposta do Brasil, o mundo inteiro, com a exceção dos Estados Unidos, condena veementemente o Brasil e exige o fim dos ataques ao Uruguai.
Sem sucesso. O Brasil, apostado em neutralizar a estrutura terrorista uruguaia, não atende aos apelos da comunidade internacional por entender que é a sua sobrevivência que está em causa. E invade o Uruguai de forma a terminar, de um vez por todas, com a agressão de que é vítima desde que retirou voluntariamente da região em 2005.
Além disso, o Brasil também sabe que os terroristas uruguaios não estão sós; eles são treinados e financiados por uma grande potência da América Latina (a Argentina, por exemplo). A Argentina, liderada por um genocida, deseja ter capacidade nuclear para "riscar o Brasil do mapa".
Fim da história? Quase, leitores, quase. Agora, por favor, mudem os nomes. Onde está "Brasil", leiam "Israel". Onde está "Uruguai", leiam "Gaza". Onde está "Argentina", leiam "Irã". Onde está "América Latina", leiam "Oriente Médio". E tirem as suas conclusões. A ignorância tem cura.
A estupidez é que não.
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